Tenda pretende lançar R$ 1 bi em 2015

A Tenda tem intenção de lançar R$ 1 bilhão neste ano, conforme o diretor financeiro e de relações com investidores da divisão de baixa renda da Gafisa, Felipe Cohen. Trata-se de intenção, mas não projeção de lançamentos, conforme o executivo. "Vamos intensificar o volume de lançamentos no segundo semestre", afirma.

No primeiro semestre, a divisão de baixa renda da Gafisa lançou R$ 467,72 milhões, 67% acima dos seis primeiros meses do ano passado. "O momento de mercado é muito positivo para a Tenda. Estamos conseguindo navegar muito bem", diz Cohen. A Tenda atua somente na faixa 2 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O segmento é financiado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), não afetado pelas restrições de crédito imobiliário.

A divisão de baixa renda da Gafisa deu início a sua reestruturação em 2011. Naquele ano, a Tenda respondeu por boa parte do prejuízo da companhia, resultante de estouros de orçamento, distratos elevados, baixas contábeis referentes a terrenos, provisões para multas por atrasos e cancelamentos de projetos. A Tenda teve prejuízos consecutivos de 2011 a 2014. No segundo trimestre, a Tenda reverteu o prejuízo líquido de R$ 17,98 milhões do mesmo período do ano passado e obteve lucro líquido de R$ 20 milhões. No semestre, a divisão de baixa renda lucrou R$ 31,48 milhões, ante o prejuízo de R$ 55,44 milhões nos seis primeiros meses de 2014.

O desempenho da Tenda foi a principal razão para o resultado consolidado da Gafisa do trimestre ter sido lucro líquido de R$ 28,49 milhões, ante o prejuízo líquido de R$ 851 mil de abril a junho de 2014. Na divisão Gafisa, o lucro líquido caiu 51% na comparação dos dois períodos, para R$ 8,45 milhões. A receita líquida consolidada da companhia subiu 3% no trimestre, para R$ 591,53 milhões. Enquanto a receita líquida do segmento Gafisa caiu 12%, a da Tenda cresceu 37%. A margem bruta consolidada no segundo trimestre foi de 26,8%, abaixo dos 28,7% de um ano antes. A margem bruta ajustada foi de 33,9%, ante 35,7% no intervalo de abril a junho de 2014.

A Gafisa teve margem bruta ajustada de 36,5%, e a Tenda, de 30,1%. Há expectativa de manter a margem bruta das duas divisões. De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da divisão Gafisa, André Bergstein, tem havido economia de custos em boa parte das obras que estão sendo finalizadas, em relação ao valor orçado. "Uma parte disso reflete o processo interno de planejamento das obras, mas sentimos flexibilidade em alguns tipos de serviço e mão de obra", diz Bergstein. Por outro lado, a inflação tem impacto negativo sobre os custos.

O foco da divisão Gafisa continua na venda de estoques. Ela tem campanhas em curso para acelerar vendas e reduzir a insegurança de clientes em relação ao financiamento bancário. A Gafisa oferece financiamento direto a compradores de imóveis residenciais e comerciais. "Haverá momentos para lançamentos no segundo semestre, mas nossa postura é de cautela", afirma Bergstein. Segundo ele, a Gafisa só vai apresentar novos projetos ao mercado que tenham perspectiva de liquidez. No primeiro semestre, a Gafisa lançou R$ 327,81 milhões, 51% abaixo do mesmo período de 2014. No acumulado do ano, companhia deve consumir caixa, e a queima será puxada pela Tenda. Foram consumidos R$ 28,1 milhões de caixa no segundo trimestre e R$ 97,8 milhões no primeiro semestre. Houve desembolso de mais recursos para a compra de terrenos para a Tenda e da redução do volume de repasses da Gafisa, com a maior fatia de projetos comerciais entregues pela divisão no trimestre.

Fonte:
http://www.valor.com.br