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25/09/2015 - 05:00

Rossi revê estratégia para encolher com rentabilidade

A Rossi Residencial vai encolher substancialmente ao fim da reestruturação financeira, estratégica e operacional em curso. Serão poucos e concentrados os mercados em que vai atuar ao fim dessa revisão, conforme o Valor apurou. Com atuação expandida para Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, entre outras, a construtora deve apostar seu futuro apenas na região da Grande São Paulo e Sul do país.

 

A companhia tinha R$ 2 bilhões em dívida bruta, no encerramento de junho, para R$ 328 milhões em caixa. Dos vencimentos totais, R$ 1,12 bilhão é de curto prazo.

 

A dívida bruta da Rossi superava o valor de seu patrimônio líquido, que estava em R$ 1,64 bilhão no fim do segundo trimestre.

 

Além disso, das responsabilidade totais, R$ 1,3 bilhão refere-se à dívida corporativa da holding, ou seja, que não está vinculada a nenhuma obra específica (sociedade de propósitos específicos - SPEs). A alavancagem significativa nessa linha é justamente a mais preocupante. São recursos que a companhia precisou buscar - e se endividar - para cobrir as perdas que a geração de caixa não supria.

 

A fotografia explica o valor de mercado no fechamento de ontem: R$ 57,5 milhões.

 

Desde agosto, a RK Partners e a Maxcap Real Estate Investment Advisors estão auxiliando a companhia a revisar seus objetivos estratégicos.

 

A Rossi hoje roda de forma deficitária porque o caixa gerado com suas operações - de R$ 280 milhões no primeiro semestre - não é suficiente para as perdas produzidas nas atividades de investimento e financiamento - R$ 400 milhões, no mesmo período.

 

A meta, no longo prazo, num trabalho que deve levar cerca de dois anos, é que a Rossi atue apenas nos mercados com maior margem, justamente porque são aqueles em que possui maior experiência. Atualmente, a Rossi atua em 60 praças diferentes.

 

Diante da urgência na questão financeira, há um esforço de ampliação da margem de geração de caixa. Foram colocados em curso ajustes que, no prazo de um ano, representarão uma redução da ordem de 40% no custo de pessoal, conforme o Valor apurou.

 

O drama da Rossi não é diferente do enfrentado por outras empresas do setor. As companhias do setor imobiliário que lançaram ações em bolsa e captaram centenas de milhões se tornaram hoje negócios com grandes estoques - estão, portanto, inchada de ativos.

 

A Rossi tinha, no encerramento de junho, R$ 2,1 bilhões em estoque, de lançamentos já realizados. O banco de terrenos para construção e incorporação de imóveis residenciais, com potencial de lançamento até 2017, alcançava R$ 5,1 bilhões. E há mais R$ 2,8 bilhões em terrenos para desenvolvimento no longo prazo - para depois de 2017.

 

A empresa precisa buscar uma forma de gerenciar seus vencimentos enquanto consegue transformar o estoque de unidades em caixa e, ao mesmo tempo, manter o andamento das obras.

 

O segundo passo é saber qual a estratégia para seguir adiante após encerrar esse capítulo. Para se ter uma ideia da ampliação excessiva de escopo, basta ver que a Rossi tem R$ 327 milhões em estoque nas regiões que considera "não estratégicas". O volume é pouco inferior aos R$ 355 milhões que possui em São Paulo, seu principal mercado.

Fonte:
http://www.valor.com.br